Ah! esse pato é ganso!
Em um bate-papo com uma amiga que é submissa e que busca um dominador que seja decente e respeitável, ela me passou um printscreen da tela de seu celular, com um pequeno trecho de um bate-papo com um pseudo-dominador. A intenção aqui não é criticar ninguém, basta ler o que o figura escreveu para entender do que falo, e isso me levou a escrever um pouco sobre esse tema tão presente em nosso meio.
O pseudo-dom vem à tona com muita frequência, bem como a pseudo-sub, mas isso é outra história e deve ser contada em outro momento. =)
Trata-se daquele cara que reúne uma gama de detalhes relacionados ao BDSM e que às vezes até acredita que misturar tudo e sair dizendo que já sabe do assunto, ou que gosta dessa ou daquela prática é suficiente para ser dominador. Eu mesmo já passei pela fase em que eu não sabia ainda se já podia me considerar um dominador, quando eu estava iniciando, e; obviamente achei que sabia mais do que de fato sabia. Acontece que há tipos de pessoas relacionadas a esse tema, que quero mostrar aqui. Primeiro o printscreen do pseudo-dom:

Acredito que haja algo como esses tipos:
- o cara que vê sexo fácil no BDSM e que vai comer todas as vadias que são malucas e topam tudo, então ele lê uma coisinha aqui e outra ali, reúne as “palavras-chave” e com um pouco de cérebro, vai à caça. Mas o cérebro é tão preguiçoso, que com um pouco de atenção e cuidado, a submissa percebe que esse é o primeiro tipo de pseudo-dom que eu reconheço: o mané espertão (porque ele se acha esperto, mas na verdade…).
- o cara que acredita que ser dominador é mandar e a submissa obedecer, como provavelmente é o caso do pseudo-dom que escreveu à minha amiga sub acima, ele relaciona o BDSM apenas ao sexo, não tem a mínima ideia do que é servir e acredita que a submissa é uma garçonete. Ele também acredita, segundo suas próprias palavras, que o BDSM é um “complemento” à vida baunilha dele… porque entende que as pessoas vêm curtir um fetichizinho no meio, mas namorar de verdade, ou casar, só com baunilha… Este eu diria que é o: esclarecido #SQN. E acredito que é o cara que vai ter tanta preguiça de se informar para se aprofundar no assunto, que vai morrer na praia em breve… e vai perceber que o swing é um meio onde ele provavelmente vai ter mais sexo-quente do que em nosso meio, pois lá também ele corre o risco de uma garçonete resolver participar da suruba com ele.
PS.: gosto do meio swing e não estou criticando o meio, mas a forma com que esse tipo de figura pode interpretar o meio que ele vê. - aquele que está iniciando, experimentando, mas não é homem suficiente para ter a segurança de dizer que é iniciante, aí ele interpreta servir com: “trazer água, vinho, essas coisas…” hahahaha chega a ser hilário! esse aí de cima me deixou na dúvida se ele é o segundo o terceiro ou um mix dos dois… porque o pior: esse “iniciante mentiroso” vai se dar mal porque não se liga que não é por aí, e não vai passar do “iniciante”. Só pra batizá-lo também: dom-juvenil.
Algo que não pode-se confundir é prazer sexual com o prazer que o BDSM propõe. Porque “sexo hard” é mole, o difícil é o seu marido baunilha conseguir conciliar as coisas e suportar a situação pro resto de suas vidas, vendo-se “obrigado” a espancar a esposa e ser grosseiro com ela sem desejar isso, sem ter prazer com isso… aí a confusão com o prazer em dominar alguém que queira ser dominada e não forçada, e o prazer sexual com fetiches ou sexo mais apimentado… e acredite, sexo com bdsmer é igual ao sexo baunilha, se você não conseguir ver que isso é idêntico e que o prazer que sua relação bdsm traz é por outra questão, então você é mal comida ou seu dominador acredita que existe mesmo um manual onde está escrito que o DOM precisa ser assim ou assado. Pois bem, eu namoro minha sub, eu adoro fazer as vontades dela, gosto das coisas do meu jeito, mas não vejo o bdsm como um extra em minha vida, e tornar viável que sua relação seja plena e feliz, é parte do que precisamos entender: BDSM não é algo fora da realidade, é possível conviver com tudo isso misturado ao nosso dia-a-dia, e 24/7 é algo bem mais amplo e simples do que pintam. É justamente o contrário das relações onde se tem um parceiro baunilha para o “uso social” da relação, e um “dominador” que realiza suas fantasias pervertidas.
Pior é aventar algo com um estúpido desses! e há submissas, ops… pseudo-subs que compram essas figuras! Nada contra, mas então é melhor nem associar isso a uma coleira! eu teria vergonha, sério mesmo.
Pros dominadores iniciantes, eu diria que a melhor coisa a fazer é ter segurança, é uma característica esperada desse perfil, que ele seja seguro, verdadeiro, sincero e firme. Achar que precisa seguir um manual invisível e que o BDSM é só sexo é no mínimo ser tolo. Porque o BDSM não tem nada com o sexo… tem com o comportamento das pessoas, o sexo é algo que vem no pacote, mas é a menor parte no conceito BDSM.
É, eu tô ácido hoje, sarcástico e perigoso também ;)
Confesso que sempre tenho receio e não confio em homens, tenho medo de entrar no meio devido a isso. Independente de sua sexualidade, mulher tem que ficar esperta e tudo, praticamente tudo, me abre gatilho para desconfiar.
Já encontrei idiotas assim, pensavam do bdsm como uma transa mais quente.
Na minha opinião o bdsm é algo que os dois tem que ceder, dispor, servir..Não só um dos lados. Pois os dois querem satisfação.
Olá..
Post muito bem feito.. e realmente é extremamente complicado encontrar as pessoas no meio, e os pseudo-doms atrapalham e muito..
Muitas vezes chega a desanimar!
Olha me perdoe a falta de clareza sobre o tema , estou colhendo o máximo de informações no ótimo material que é disponibilizado aqui para sanar esse vício !Dom . Draconiano estou com dificuldades de diferenciar o que viria a caracterizar e definir diferenciando uma sub de uma sm ( na verdade também estou tentando me encontrar) e as coisas estão um pouco confusas! Perdoe caso estiver escrevendo besteiras.
Cara… falou tudo, me identifiquei com o que disse de não existir um manual dizendo como um Dom deve ser, sempre ouço que não posso ser assim ou ser assado não posso fazer isso ou aquilo, assim como você namorei minha sub, sei como é viver 24/7. Estava me questionando se realmente não estava errado em pensar assim, mas já vi que não.
Parabéns pelo blog.
Obrigado pelo feedback Derson. É justamente isso que sempre enfatizo: não há manual, por que alguém acredita que precisamos disso ou daquilo senão não somos respeitados? Minha sub não me chama de senhor e nunca irá me chamar, pois uma forma de tratar não muda meu status. Nada contra quem quer ser chamado assim, nada contra quem confunde liturgia com manual, pois pra mim; liturgia é o que a palavra diz: meu processo de fazer as coisas, mas ele é único, é o MEU processo, o meu ritual… então quando confundem liturgia com um modus operandis genérico, só me dá a certeza de que falta informação aos envolvidos… Creio que o crucial é se feliz com o modelo de vida que se leva. E eu sou muito feliz assim.