Quem ama a dor?
“Não há ninguém que ame a dor por si só, que a busque e queira tê-la, simplesmente por ser dor…”
– Autor desconhecido
BLOG: Meu mundo BDSM…
Categoria usada para classificar as postagens ou páginas generalizadas, que sejam sobre BDSM mas que não haja uma classificação específica para tal.
“Não há ninguém que ame a dor por si só, que a busque e queira tê-la, simplesmente por ser dor…”
– Autor desconhecido
Eu trabalhei numa agência que era em cima de um sexshop, e na hora do almoço todo mundo da agência ia ao sexshop antes de voltar do almoço, para tirar um sarro, ver as novidades e tal… E sempre tinha na vitrine um daqueles manequins vestido com uma roupa temática… E me lembro que durante um tempo, uma roupa de oncinha ficou nesse manequim, e foi o período mais engraçado da volta do almoço… Passávamos por lá e ficávamos imaginando a cena:
Eu na cama, esperando a parceira entrar…
Ela entra e está vestida com o arquinho de onça, pintada à lápis com um bigode de onça e calcinha e top de onça e o MELHOR: uma calda enorme de onça, quase arrastando no chão, e na hora eu brochava.
Mas imagino que para muita gente, cenas como essa, podem ser sim excitantes. Tanto é que muitas cenas do BDSM para muito baunilha, ou até mesmo para muito bdsmer podem ser bem engraçadas.
E hoje eu assisti o vídeo abaixo, que ilustra bem essa questão:
Sou muito chato quando trata-se de nudez exposta. A diferença entre imagens sensuais, pornografia e exposição alucinada (açougue, para quem já leu algo meu a respeito), é muito grande, mas as pessoas não percebem isso, acham que é tudo a mesma coisa.
Assisti talvez uma das melhores análises a respeito disso, até hoje, em português. Apesar de ter reservas sobre o Pedro Cardoso, que gosto muito como ator e crítico, mas acho que ele exagera em algumas coisas, nesse ponto eu concordo com ele 100%. Copio abaixo o comentário que li no Facebook de uma pessoa que não conheço, Marcos Botelho:
“Uma das melhores análises que ouvi sobre nudez e pornografia na TV aberta! Vamos falar mais claramente sobre isso?
Pedro Cardoso abrindo o jogo sobre a pornografia.
É uma sequência de 4 videos, o trecho relevante sobre o assunto é a partir de 7’30” no vídeo abaixo e o seguinte.
A dominação ideológica é algo usado também no BDSM, e como eu gosto muito de filosofia, acabo sempre esbarrando em conteúdo que corrobora com o que penso, ou vivo no BDSM.
Importante deixar claro que não trata-se de uma prática BDSM, e que o exemplo mostrado aqui, só tem o intuito de fazer você pensar, não de ditar que exista algo assim, definido como prática do meio BDSM, ou que seja certo ou errado. Inclusive, quem me acompanha, já deve ter percebido que eu acho o certo x errado um conceito muito relativo. Mas sem mais delongas, aqui vai um conteúdo que eu gosto muito pelas definições claras e diretas que o Clóvis de Barros possui, e achei relevante compartilhar. Note que é um conceito marxista, mas que se você parar para pensar, boa parte dele irá se aplicar a uma série de perfis de dominação.
Para quem não quiser ver desde a introdução contexto (vale a pena), pule direto para 6 minutos e cinco segundos:
https://vimeo.com/220793578
Mas resumidamente, a dominação ideológica tem a ver com fazer o outro acreditar de tal forma num ideal, que ele passa por situações adversas, de forma satisfeita, sem se abalar… Porque ele acredita de fato que ele está ali porque DEVE estar lá… É como se a pessoa aceitasse algo porque culturalmente aquilo foi incutido na cabeça dele. E a pessoa não vê injustiça, defende ideal que não é dele, sem entender porque, de forma cega. E no BDSM, há dominadores mal-intencionados que conhecem de dominação psicológica e de dominação ideológica (que não é uma prática), e acabam fazendo pessoas virarem robôs!
Digo isso porque algumas pessoas afirmam que são liberais e que fazem o empréstimo das suas subs, ou bottoms, na minha opinião, com o intuito de não estabelecer vínculos mais fortes e gerar afeto na relação com o bottom.
Que fique claro que não estou falando de menage*, isso é outro assunto.
Empréstimo é algo que é feito com escravas especificamente, subs (requer envolvimento maior, algo afetivo), em geral não são emprestadas, elas podem ter contato com baunilhas (para os doms liberais, como eu), mas não terão contato/sessões com tops. Pois dom é único… Só ele domina. Eventualmente dominadores levam suas subs para experiências com bondagistas (fetichistas), ou sádicos (quando o dom não oferece a experiência que o sádico propõe, como uma técnica específica com agulhas por exemplo), mas pela lógica do empréstimo, em geral é só o sádico mesmo que faz isso…
Para ter humilhação, algo como o public disgrace, degradação, esse tipo de coisa, como elemento principal. Quando um dom faz empréstimo da sua sub (na minha opinião, pois isso não é generalizado), ele tem envolvimento superficial com ela. Aí ela seria uma “avulsa”, por conta das sessões esporádicas e sem qualquer compromisso das partes, nem da sub.
Vantagem do empréstimo: Se as partes envolvidas procuram experiências em quantidade, essa é uma boa forma de conseguí-las.
Desvantagem: relações superficiais e limitadas, sem entendimento real e seguro dos limites do bottom, o que significa risco a TODOS os envolvidos. Além de confundir a linha conceitual de dominação de cada top. Pois a sub seria conduzida de formas diferentes simultaneamente. Isso é quase garantido: Prejuízo psíquico do bottom (se houver uma relação D/s de verdade, e não for avulsa).
Eu sempre fico pensando sobre coisas e Às vezes escrevo algo, que vez ou outra consigo um tempinho para vir compartilhar. Seria interessante que houvesse comentários, com opiniões divergentes e à favor, porque acredito que só assim podemos abrir a cabeça para novas ideias e pontos de vista, que tal participar?
Acho que nem preciso dizer nada né? =)
E depois reclamamos que o meio bdsm é sempre invadido por pessoas que procuram apenas sexo fácil, que não têm profundidade alguma e que não pensam em relacionamentos, mas em relações sexuais…
Pense comigo (se você é uma submissa que tem fotos de nudes suas ou mesmo de coisas que você fantasia e/ou goste, não se ofenda, não é uma provocação ou crítica, é uma orientação que parte da minha exclusiva opinião):
Vamos lá, vamos montar o cenário, você é uma submissa linda, gostosa, fotogênica, criativa, inteligente e interessante, que tem certa experiência no BDSM, tem disponibilidade para viajar e é a mulher perfeita para casar, com tantos atributos e disponibilidade, além da disposição… (e só um adendo, essa submissa existe, aos montes… Eu mesmo casei-me com uma assim.) Mas voltando ao assunto…
Aí o texto do seu anúncio está assim:
Submissa procura dominador sério, que tenha entre x e y de idade, more na cidade tal e busque submissa de alma, para relação profunda e séria. Com envolvimento e baseada no SSC ou RACK.
E a foto de chamada do seu anúncio é essa abaixo (tirei da internet, alguma foto famosa)
Agora vem a análise, pense:
Um dom sério, de respeito, que não busque apenas sexo, que é muito confundido com a temática bdsm, busca alguém que não se exponha, que seja como ele. E você não gostaria de ver fotos dele com o pau na mão, apesar de gostar de nudes, você iria preferir ver se o dominador tem mesmo a ver contigo, e isso o aproximaria de você, e só então uma outra parte da história (que também é muito relevante), vem à tona: Que é a aparência física e o conteúdo mais ligado ao sexo…
Então, quem acompanha meu blog já sabe que eu bato muito nesta tecla: não coloque fotos que não condizem com o seu discurso. Mesmo que você tenha um corpo maravilhoso, ele não pode ser o chamariz, senão vai aparecer muitos pretendentes, mas todos eles afim de te comer, e dificilmente nessa turma toda, você vai identificar ou mesmo ter saco de selecionar o dominador que vale a pena conversar. Pois todos só querem saber o tamanho da sua bunda e se os seus peitos são de silicone.
Não sei se me fiz entender, mas vejo esses anúncios como uma verdadeira vitrine de açougue, e se você busca sexo sem enrolação, ok, isso funciona demais… Mas se você busca alguém para ter uma relação que valha a pena, esse é só o terceiro passo no processo, as fotos são secundárias e não são elas que deveriam chamar a atenção da pessoa para que ela fizesse contato, mas um anúncio detalhado, direto e sem mensagens subliminares… Tudo precisaria estar muito claro e objetivo.
Então pense, o seu perfil público ou mesmo pros amigos, condiz com sua busca?
As pessoas fantasiam muito quando pensam em BDSM, e acham que é um mundo paralelo, e só porque é mais liberal, que cabe fazer essas exposições…
Dê sua opinião!
Brats são confundidas com submissas que em muitos casos (na minha opinião) abusam da posição delas e perdem noção de seu próprio tempo e espaço. E por essa razão, eu sou um dos muitos dominadores que querem distância de brats, não é uma unanimidade, claro; mas a maioria dos doms que conheci e conversei, não curtem o comportamento brat. E para encontrar algo que ilustre o perfil da brat, eu pedi autorização de reprodução de um artigo que vi no Facebook e foi gentilmente cedido pela autora Aurora Lopes. A questão principal da conquista é justamente onde alguns Tops discordam do conceito, mas vale a leitura e reflexão. Eu adicionei minhas observações (marcando desta forma), para manter o texto original.
O que se pode dizer sobre isso… Prazer ou desafio? (Prazer, claro! – Dom Draconiano)
O que será que significa essa palavra, talvez seja algum jogo. (É bem o que eu acho, um jogo – Dom Draconiano)
Tema pouco comentado, talvez um pouco polêmico, talvez mais ainda, um pouco ignorado.
Como tudo no BDSM, há os que aprovam e os que desaprovam totalmente.
O tema instiga nossa curiosidade, afinal, quem são eles… OS BRATS…
Falando assim parece até que são de outro mundo, mas são submissos normais, apenas apresentam algumas condições especiais.
Alguns Dominadores apreciam muito, já outros rejeitam totalmente.
Mas para os que apreciam, torna-se um excitante e prazeroso desafio…
É um assunto bem complexo, mas vou tentar ser o mais clara possível.
Os Brats são submissos , embora sejam difíceis de serem controlados, por isso não são aceitos por muitos Dominadores, são impulsivos, resistentes a maioria dos comandos, isso os torna desafiadores e rebeldes na visão de Doms e Dommes. Por isso quase sempre são afastados por eles. Essa rebeldia torna seu caráter questionável , e para a maioria dos Dominadores, o caráter é essencial. (Só uma questão de preferência mesmo. – Dom Draconiano)
Para um Dominador é muito frustrante saber que não consegue controlar um submisso, por isso preferem ignorá-los e se afastam. (Discordo bastante aqui, não tem a ver com frustração, mas com preferência de comportamento. – Dom Draconiano)
Mas para alguns Doms extremamente sádicos, isso se torna um desafio aceitável e muito interessante.
Há quem diga que os Brats não são submissos, apenas possuem alguns comportamentos que se identificam com a submissão, mas se seu comportamento for bem trabalhado por um Dominador de garra, autoridade, sabedoria e disciplina exemplares. e acima de tudo muita paciência, sua submissão pode vir a tona.
E claro também depende de um fator muito importante, talvez o mais importante de todos. A capacidade de entrega do submisso.
Na verdade acho que todos os submissos alguma vez se comportaram como Brats, quem nunca se rebelou ou teimou com seu Dono, resistiu a uma ordem, questionou alguma coisa?
Talvez um Brat goste de chamar atenção, como um adolescente que desobedece aos pais, questiona suas ordens, responde aos professores, enfim, tem um temperamento imaturo. Um temperamento forte e luta para ter suas vontades atendidas e não o contrário.
Precisa de um Dominador de pulso firme e seguro de si mesmo, mas ao mesmo tempo, precisa de um Dominador que seja compreensivo, calmo e que o entenda. Entenda seu comportamento sem acusações.
Mas é importante que fique claro que o Brat tem o desejo de servir, ele só não consegue obedecer a voz de comando de seu Senhor sem desafiá-lo ou questioná-lo antes. Não consegue enxergar com clareza o caminho da submissão. Para eles tudo deve ser questionado primeiro. (Creio que não tenha muito a ver essa coisa de o Dom ter que ser pulso forte e compreensivo, qualquer relação precisa disso, e a questão não é a Brat encontrar um Dom que seja compreensivo, mas o que dê match com o comportamento dela. – Dom Draconiano)
O Brat tem a necessidade de ser protegido, guiado, como crianças indefesas. E isso atrai alguns Dominadores, para falar a verdade, é um desafio e tanto…
Um Brat é curioso ao extremo, sempre quer saber o porquê de tudo, gosta de questionar, não vai se submeter sem entender ou argumentar.
Eles não conseguem simplesmente aceitar a ordem só por aceitar, e isso vai gerar discussões e descontentamentos. Justamente como um adolescente faria.
Primeiro vem as perguntas, depois os argumentos e por fim os obstáculos. Sempre haverá uma dificuldade ou um motivo para não obedecer.
O Dominador tem que ter muita sabedoria e jogo de cintura para dominá-lo, é uma verdadeira prova para sua Dominação. (Não acho que tenha a ver com “sabedoria” um Dom que não seja dissonante é o mais esperado aqui. – Dom Draconiano)
Se o Dominador souber como adestrá-lo, ele vai acabar por se dobrar, se submeter e isso será uma grande vitória para o Dominador.
A essência predominante dentro de uma sessão entre um Dominador e um Brat, é puramente a CONQUISTA. (Engraçado, com o tempo eu mudei de ideia sobre isso, não vejo a conquista como predominante, e nem acho que precise dela, creio que seja a concordância, o match mesmo, é um preço a pagar, que nem todos estão de acordo. – Dom Draconiano)
Um Dominador tem que ter em mente que a força não é o caminho, falar duro , bater o pé, nada disso resolve. O caminho é a paciência e a sabedoria. Isso o fará seguir o comando de seu Senhor…
Pode-se dizer também que o Brat, pode desobedecer simplesmente para receber um castigo , seja físico ou psicológico, gostam de chamar atenção e sentir que são o centro dela. Se sentirem amados , cuidados, e protegidos.
Existem Dominadores que gostam de possuir feras, bom eu diria que Brats, podem ser facilmente comparados a feras que aparentemente, podem ser indomáveis.
Há Dominadores que gostam de ser desafiados, e uma cena entre um Dominador Sádico e um Brat masoquista pode ser muito interessante e extremamente excitante. (Ser desafiado é ótimo, e no meu caso, ser desafiado de formas originais e sem qualquer traço de Brat, é melhor ainda, eu diria que relações maduras provém desafios ótimos, sem ter que destoar. – Dom Draconiano)
O gosto do desafio instiga o dominador e isso automaticamente liberta a rebeldia do Brat.
É um jogo de conquista, um tentando conquistar o outro, sempre assim. A resistência ao domínio e a entrega do Brat e o instinto de dominação do Dom. Isso é o que mantém os dois juntos.
Um Dominador que se sente atraído pela rebeldia , vai se sentir cada vez mais motivado pela resistência do submisso. A busca pelo poder do Dom e a luta pelo desafio do Brat. (Esse é o ponto! – Dom Draconiano)
Mas o desafio maior do Brat é feito a si mesmo. O desafio de confiar e se entregar a seu Senhor e conquistar uma relação sólida, baseada na confiança de ambos. (A confiança é algo que pra mim, é fundamental em qualquer tipo de relação, e realmente, Brats deixam isso insípido pra mim, e acaba sendo pouco atrativo, tornando o processo todo de aproximação, entediante. – Dom Draconiano)
Mas ao mesmo tempo que o Brat pode se tornar um desafio prazeroso, pode também se transformar em frustração, porque um Dom quer suas ordens cumpridas, sem explicações dadas, ou motivos para elas, não quer uma troca, ou um debate. Você me deixa feliz e eu te deixo feliz. (Quando você se relaciona com alguém que tem o comportamento que você busca, não há frustração, a pessoa representa quem ela é, se não há hipocrisia envolvida, o cenário descrito neste parágrafo não existe. – Dom Draconiano)
Isso pode se tornar cansativo.
Bom, mas como tudo no BDSM, isso depende da essência de cada um.
Uns gostam de desafios, outros não… (eu não vejo a Brat como um desafio, e gosto de desafios – Dom Draconiano)
Uns são pacientes, outros não…
Uns gostam da submissão total, outros de um pouco de resistência e emoção…
Um Brat não consegue se entregar de forma incondicional, sempre vai haver perguntas, mas isso pode ser trabalhado, e depende tanto do submisso quanto do Dominador. (Vejo isso como a característica mais marcante das Brats. – Dom Draconiano)
É um trabalho em conjunto, o Brat precisa aprender a confiar em seu Senhor, superar o medo de falhar, deixar de ficar sempre na defensiva. Isso pode privá-lo de prazeres e sensações.
Aprender a dar para poder receber, mais cientes de que são seus Senhores que ditam as regras e não o contrário.
Uma relação Dom/brat pode ser muito prazerosa desde que um aceite o jeito de ser do outro, sabendo que se pode superar obstáculos e quebrar barreiras. (Isso sim é a definição do equilíbrio! – Dom Draconiano)
Não é necessário se fazer uma lavagem cerebral, apenas amor e paciência para as mudanças começarem a acontecer. (Acho interessante citar aqui, que um dom que gosta de brats, não quer moldá-la, modificá-la ou fazê-la “evolui” para uma não-brat, ele GOSTA do jeito dela, e quer mantê-la assim, não faz sentido mudar algo que você gosta na pessoa. – Dom Draconiano)
Mas devem saber que o que mantém os dois juntos Dom/brat é justamente essa tensão diária.
A rebeldia, teimosia e até desobediência de um Brat não o torna menos submisso.
É tão submisso como qualquer outro, só demonstra isso de forma diferente, sua submissão ainda está escondida e precisa se libertar, e isso de certa forma o torna seguro contra abusos. (Discordo disso, porque não vejo como uma submissão escondida, que precisa ser conquistada, mas um jeito diferente de se comportar, só isso. – Dom Draconiano)
Há quem diga que o Brat gosta de comandar, mais isso não é verdade, senão ele seria um Dominador.
O que ele gosta mesmo é da emoção do desafio, de ser vencido, de ser conquistado como um troféu.
Autora: Aurora Lopes
original: https://www.facebook.com/pageconfissoesdeumasubmissa/posts/1600526100195055:0?__mref=message
“Não há despertar de consciências sem dor. As pessoas farão de tudo, chegando aos limites do absurdo para evitar enfrentar a sua própria alma. Ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz, mas sim por tornar consciente a escuridão”. Carl Jung
E esse mesmo cara falou isso, sobre o masoquismo:
“Masoquismo é uma arte em que o indivíduo se mantém em extremidade oposicionista. O masoquista vê-se a viver – aparenta viver – in extremis, no limiar do perigo, insanidade, morte. O prazer de um masoquista é extremamente doloroso e a sua dor, extremamente prazerosa. Frequentemente, sentimentos opostos como orgulho e humilhação estão presentes em simultâneo, ambos dolorosos, ambos prazerosos. No seio de tanta extremidade emocional, a necessidade e alimentação do compulso masoquista é claramente, em si, parte da tortura e do prazer. Existe orgulho nesta extremidade, em conseguir manter esta oposição impossível sem quebrar. É um extremo orgulho, um orgulho de extremidade, de ir ao extremo e sobreviver. É um orgulho de proporções prometeicas.”
Recebi hoje uma nota de imprensa da publicação do canal do Heitor Werneck no YouTube, e como gosto muito do trabalho dele e do Projeto Luxúria, cá está meu quinhão:
BDSM é um acrônimo para a expressão ‘Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo’; um grupo de padrões de comportamento sexual humano. Até pouco tempo, tais fetiches não eram debatidos abertamente. Com o surgimento do fenômeno ’50 Tons de Cinza’, o BDSM ganhou os holofotes.
No entanto, a realidade do universo fetichista é bem diferente da ficção. Um dos precursores do movimento no Brasil é o estilista e produtor cultural Heitor Werneck, que há dez anos lançou o Projeto Luxúria, uma das noites fetichistas mais consagradas do país.
Em comemoração a uma década da festa, o Projeto Luxúria acaba de lançar seu próprio canal no YouTube, a fim de desmitificar o BDSM. Quinzenalmente serão publicados vídeos com entrevistas de personalidades do meio, com aproximadamente dez minutos de duração cada.
Além de assinar o roteiro e a direção, Heitor Werneck também conduz a conversa. A primeira entrevistada é Domme Hot Mahara, que fala sobre empoderamento feminino, as responsabilidades de um dominador, a relação entre dominador e submisso, violência contra a mulher e feminismo dentro do universo BDSM.
O próximo entrevistado será com Toshi, mestre de amarrações de shibari (técnica japonesa de Bondage).
Eu já havia falado desse vídeo em questão neste link: https://www.dominador.org/entrevista-bdsm-heitor-werneck-do-projeto-luxuria/