Spanking com responsabilidade

Cuidados com o spanking

No BDSM, entender o que é o SSC ou RACK e seguí-los não é suficiente para estar seguro de fato.

Encontrei um gráfico descritivo que demonstra exatamente a preocupação de pessoas que praticam séria e restritamente o SSC, e vale entender que exceções à esse tipo de prática não podem existir, uma vez que é a saúde e segurança que fica em jogo. Se você tiver algo a respeito dos cuidados com quaisquer práticas no BDSM, mesmo que em outro idioma, e quiser compartilhar, a comunidade BDSM agradece ;)

Clique para ver a versão maior, e conseguir ler as legendas…

cuidados com o spanking bdsm

IMPORTANTE – Estupro consensual

Estupro consensual é prática BDSM?

Às vezes vimos um ou outro vídeo ou relato na web, com o estupro. E é preciso ter plena consciência de que se não for uma prática consentida,  é sim um crime. E como praticar estupro consentido? Ah! há meios para tal, mas preciso de mais tempo do que tenho neste momento para lançar um debate a respeito, e dar minha opinião.

Em síntese, é possível sim, é excitante sim, dá para fazer tudo baseado em SSC e somente neste caso, não é crime. Se você se excita com o estupro que não é consensual, cuidado, você está deturpando as coisas e precisa de ajuda médica, pois a violência que não está dentro dos parâmetros do SSC, é crime e pode também ser vista como doença.

Há um americano que está vindo pro Brasil ao final deste mês, que incentiva a cultura do estupro, e precisamos expurgar esse tipo de atividade, por isso foi lançada uma campanha com abaixo-assinado para impedir que ele venha ao Brasil, é preciso agir rápido, divulgar e assinar, é simples de se fazer, e é um dever cívico nosso, se você quiser ler a respeito e participar, o link da notícia que contém o link para participar do abaixo-assinado no Avaaz é: https://catracalivre.com.br/geral/cidadania/indicacao/abaixo-assinado-quer-proibir-vinda-ao-brasil-de-norte-americano-que-ensina-como-pegar-mulher/

Nível de dor no spanking, de acordo com acessório

Nível de dor do spanking

Esta é uma tabela interessante que encontrei, que descreve a dor causada por cada tipo de acessório, no spanking.

Eu prefiro o uso de mãos, cane de bambu e algo que gosto pela rigidez X flexibilidade e peso, é o bastão de cola quente… isso mesmo! rs funciona muito bem como cane.

Alguém aí tem comentários sobre isso? o que usam, o que dói mais, se a tabela reflete o que sentem em sua experiência?

Clicando na imagem você a verá em tamanho maior.

acessórios X dor no spanking

 

 

Dúvidas frequentes sobre BDSM e poligamia

irmas de coleira bdsm

Poligamia no BDSM

Frequentemente alguém me pergunta sobre poligamia no bdsm, vou listar abaixo algumas perguntas que recebi e minhas respostas a respeito, devem dar algum norte a alguém mais…

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Vi em um dos seus comentários você dizer que já teve relacionamentos D/s por anos com mesma pessoa.

  • Quando dura por tanto tempo, um Dom tem mais de uma sub nesse período ou é fiel a somente uma? 
  • Às vezes sim, um dom tem mais de uma sub, no meu caso eu tive, e minha sub alpha sabia, em alguns casos até participava de sessões com a irmã de coleira, mas a profundidade da relação com as outras era diferente, e não tem nada a ver com fidelidade, este é outro conceito.
  • Quando dura por tanto tempo, um Dom tem mais de uma sub nesse período ou é fiel a somente uma? E no caso da sub também é fiel em ter somente um Dom?
  • Em geral os dominadores são polígamos, e as submissas não. Mas não há uma regra para isso, depende do dominador agir assim ou assado. E sobre fidelidade, se a submissa por exemplo diz que é exclusiva mas mente pro seu dono, ela é infiel, mas isso é exatamente igual ao meio baunilha, obviamente isso se aplica ao dom, se ele não é claro a respeito do que faz, talvez ele nem mereça a confiança da sua sub.

  • Ou em relação ao BDSM só existe fidelidade entre D/s, mas tanto um quanto o outro tem relacionamentos baunilhas?
  • Em relação ao BDSM, algumas pessoas consideram o BDSM com algo adicional em suas vidas, essas pessoas em geral têm relações paralelas, baunilha; mas isso não e uma regra BDSM, o BDSM não possui regras, possui um conjunto de conceitos muito simples e básicos, que se seguidos permitem que se viva relações com um perfil BDSM claro e viável.

  • Como é a exclusividade no meio?
  • A exclusividade no BDSM existe, eu conheço alguns casais que mantém exclusividade há muitos anos, e ela acontece do lado submisso sempre, do lado dominante às vezes, dos dois lados às vezes, e é viável, mas muito limitadora e na minha opinião, restritiva, tira uma característica importante e clara do dominador, que é a liberdade de decisão, e acredite; os dominadores, assim como os homens, o contrário das mulheres, têm natureza polígama, isso seria anti-natural. Mas a exclusividade existe em alguns casos, onde as relações são “mistas” com BDSM e baunilha… e nesses casos, as relações tendem a ter um limite de profundidade, mas são viáveis sim.

O que caracteriza um dominador?

Trechos de dúvidas sobre BDSM que recebo vez ou outra, que acredito ser relevante compartilhar.

  • O que caracteriza um dominador ?
  • E por que o desejo de infligir dor e humilhação?
  • O domínio é somente em relação ao sexo ou é em geral na vida da sub?

A primeira é uma pergunta complexa… vou procurar generalizar um pouco para ser mais sucinto.

  • Um dominador aprecia o poder sobre outra pessoa, não sobre todas, mas a troca de poder entre ele e quem for submisso a ele. Basicamente o poder de decisão engloba tudo.
  • O desejo de dor e humilhação é só dos doms que curtem essas modalidades, mas também têm a ver em tornar física a ideia e confirmação de que ele pode usar a mente e corpo de seu objeto, que é a sub. E entenda, dominadores sérios respeitam o conceito SSC e não “quebram” seu brinquedo. Apesar de brincarem e abusarem, eles cuidam.
  • O domínio é em relação a tudo, e isso tem níveis diferentes de pessoa para pessoa, mas refere-se a tudo, se for só no sexo, não é muito bem uma relação bdsm, é só fetichista… um baunilha pode te dar uns tapas e ser bem dominador no sexo, mas ele não tem prazer com o conceito de troca de poder…

conversão BDSMUma curiosidade interessante é que dificilmente você conseguiria “converter” um baunilha em dominador, ou uma baunilha em submissa, porque essas pessoas não têm prazer nas práticas e conceitos bdsm, eles até podem gostar de algo, de forma isolada; mas não irão se submeter a algo que não tem a ver com a alma deles, e sem prazer, em algum tempo a coisa torna-se insustentável.

DOM Draconiano

 

 

Poligamia BDSM

poligamia bdsmÉ uma discussão comum no BDSM, e a maioria dos dominadores não é monogâmico, basta pensar a respeito da filosofia do BDSM que entende-se os porquês dessa minha afirmação.

Não tenho intenção de convencer ninguém, mas acho um assunto muito relevante e que merece atenção, então a ideia é fazer pensar a respeito.

Vim compartilhar dois links que tive contato em menos de 24 horas, sem ter buscado nada, então talvez seja interessante para alguém mais além de mim.

Um deles é bem curto, da Super Interessante, e trata da monogamia natural: http://super.abril.com.br/historia/monogamia-natural-447233.shtml

O segundo é de uma psicanalista que escreveu um livro a respeito do amor entre duas pessoas: http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2012/12/08/ninguem-deveria-se-preocupar-se-o-parceiro-transa-com-outra-pessoa-diz-psicanalista.htm

E você, o que pensa sobre isso?

Código de boas práticas no BDSM

Código de conduta BDSM

Eu sempre leio muitos manuais de boas práticas, códigos de conduta e dicas para que nosso meio seja mais saudável e eficiente, além de prover tudo o que é necessário para termos uma vida tranquila no meio BDSM.

Outro dia me deparei com esse conteúdo, é curto e achei relevante, o publico na íntegra, serve principalmente a iniciantes que não se orientaram ainda sobre o tal “manual BDSM” que não existe… mas como toda comunidade precisa de organização e por isso inventaram a tal sigla que mais parece um imposto “BDSM”, isso acaba sendo algo útil para muita gente, inclusive para os pseudo-doms ou pseudo-submissas que não querem saber de informação ou de respeitar regras… mesmo que estas sejam apenas entre os envolvidos. Até porque não existem leis BDSM e ainda bem! já pensou alguém dizer que você não pode ser uma submissa que gosta de spanking leve ou nenhum spanking? seria hilário.

Vamos lá! é um texto de Portugal, e como eles são nossos irmãos de idioma, não temos grandes obstáculos com isso:

 

Código de boas práticas BDSM

Qualquer comunidade deve reger-se por um conjunto de normas expressas num Código de conduta ou de boas práticas, no qual são estabelecidos critérios de orientação comportamentais específicos que transmitam os valores e princípios dessa comunidade.

O código de boas práticas BDSM deve entender-se como uma ferramenta didática e pedagógica, servindo, simultaneamente, como elemento clarificador da imagem pública, combatendo, e evitando, a infamação ridicularizará e a recriminação.

O Código considera o BDSM como uma postura social livre, leal e consciente. Visa um clima de confiança na comunidade atribuindo responsabilidades, e deveres, aos diferentes grupos de interesses, comprometendo-se com o respeito pelos direitos humanos.

 

II – ÂMBITO

É convicção do Consensual que o presente código estabelece os valores e princípios de conduta que deveriam ser seguidos pela comunidade BDSM portuguesa.
Pretende-se que este código seja amplamente divulgado, respeitado no seio da comunidade, bem como, na abordagem do tema com terceiros. É neste contexto que um grupo de membros ativos da comunidade, decidiu elaborar e divulgar este código, dirigindo-o a todos os maiores de 18 anos que se identifiquem com o BDSM.

 

III – OBJECTIVOS

O código de conduta BDSM tem como principais objetivos:

  • Orientar os membros da comunidade para a tomada de atitudes corretas;
  • Fomentar a introdução de valores éticos;
  • Proteger e promover a imagem pública da comunidade;
  • Contribuir para a clarificação da responsabilidade social;
  • Promover a excelência.

 

IV – PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

 

SÃO SEGURO E CONSENSUAL

  • São, Seguro e Consensual significa muito mais do que o simples respeitar das regras, deverá, acima de tudo, valorizar o respeito pelo outro, ser um modo de estar, e não, simplesmente, refletir-se nas ações.
  • O conceito engloba a problemática do abuso de poder, o uso de práticas dentro do respeito pelas regras, à distinção entre BDSM e violência (tanto física como psicológica), e ainda alertar para o perigo de fatores que possam diminuir as capacidades de avaliação do risco, como o uso de álcool, drogas e outras substâncias que influenciem o estado de consciência.
  • Consensualidade pressupõe entendimento e aceitação mútua das regras e dos limites acordados, pelo que nunca devem ser desrespeitados. Submissão não é subserviência cega e inconsequente e todos, Dominadores ou submissos, são acima de tudo seres humanos.
  • Há práticas BDSM que podem revestir-se de algum grau de risco. Antes do envolvimento nessas práticas, devem os seus intervenientes documentar-se e desenvolver competências de modo a reduzir o risco e evitar acidentes, alguns dos quais com consequências curto ou longo prazo irreversíveis. Devem igualmente munir-se dos instrumentos indispensáveis à minimização de danos e, em caso de acidente, utilizar sempre o melhor e mais rápido acesso a meios de ajuda adequados a cada situação, incluindo a ajuda de terceiros.
  • Existem práticas BDSM que atingem graus elevados de intensidade física e/ou emocional, pelo que a atenção e a comunicação devem ser constantes durante e após cada “sessão”, de forma a garantir o bem-estar dos intervenientes. Quando for desejo de uma das partes que a atividade cesse, deve-se parar e fazer uso da “Safeword” sem quaisquer receios.

 

RESPONSABILIDADE

  • Cada pessoa envolvida em BDSM é responsável pelos seus atos, seja Dominador ou submisso, devendo zelar pela sua segurança e promover, sempre que possível a dos outros.
  • Cada praticante de BDSM, no âmbito do dever de responsabilidade que lhe incumbe deverá abster-se, de forma absoluta e imediata, de práticas de BDSM com menores e, em caso de dúvida, deverá certificar-se de que o mesmo é maior por todas as vias e meios que tiver ao seu alcance. Caso subsistam dúvidas não deverá encetar qualquer tipo de interação.
  • Deverá igualmente abster-se de forma absoluta e imediata de levar a cabo atividades, ou obter vantagens, com pessoas que notoriamente apresentem diminuição das capacidades cognitivas e de avaliação, seja de forma permanente ou temporária, ou ainda debilidade física ou emocional, seja por causa natural, por doença ou pelo consumo ou utilização de substâncias que a promovam.
  • A responsabilidade de qualquer indivíduo para com a comunidade BDSM passa pelo repúdio de quaisquer atividades que à luz da lei configurem uma prática ilícita, e pela tomada de medidas que promovam a sua prevenção.

 

LIBERDADE

  • Um indivíduo envolvido em BDSM nunca deverá esquecer-se de que todas as pessoas que estão no meio escolheram livremente esta forma de estar na vida.
  • Deverá, acima de tudo, saber usar a liberdade que o BDSM põe à sua disposição e perceber que BDSM são relações, ou interações entre pessoas e, como tal, deverá agir em absoluto respeito pela liberdade do próximo.

 

INTEGRIDADE

  • O aproveitamento do contexto BDSM de uma forma abscôndita em prejuízo de terceiros, nomeadamente para satisfazer frustrações, interesses e caprichos pessoais, é considerado reprovável e não deve ser incentivado. Particularmente grave é o seu aproveitamento para a obtenção de sexo fácil e gratuito.

 

TOLERÂNCIA

  • Deveremos respeitar as práticas dos outros, ainda que sejam diferentes das nossas. Ninguém deverá ser discriminado pelos seus fetiches, gostos, preferências ou orientações sexuais, desde que estas se enquadrem dentro dos princípios que constam deste código.

 

VERDADE E TRANSPARÊNCIA

  • Antes de iniciar qualquer tipo de interação, devem os seus intervenientes, fornecer de forma clara e exata, informação sobre o seu grau de experiência, limitações físicas ou psicológicas, estado de saúde, e limites.
  • De forma a permitir o exercício de escolhas livres e informadas, os intervenientes devem esclarecer-se mútua e honestamente quanto a todos e quaisquer factos que, em consciência, possam condicionar as referidas escolhas ou potenciar danos emocionais ou psicológicos.

 

CONHECIMENTO

  • Toda e qualquer pessoa que se identifique com o BDSM, deverá procurar adquirir um conhecimento abrangente e profundo sobre as práticas que lhe interessem. A prática esclarecida do BDSM, por si só, constitui um mecanismo de defesa dos intervenientes em relação aos riscos envolvidos.

 

PRIVACIDADE E SIGILO

  • Os praticantes de BDSM devem ter a noção exata do significado das palavras privacidade e sigilo, sendo que as referidas noções implicam, entre outras questões, a não exposição pública dos parceiros ou de terceiros contra a sua vontade.
  • No exercício de atos de BDSM, em público, a privacidade dos outros nunca deverá ser invadida.

 

V – COMPORTAMENTO ENTRE MEMBROS

  • O relacionamento entre os membros da comunidade BDSM deve basear-se nos princípios de respeito, civismo, educação, lealdade, seriedade e confiança.
  • A existência de uma relação de compromisso entre duas ou mais pessoas deverá ser respeitada, pelo que ninguém deverá agir de forma a fragilizar essas relações, quer seja usando o assédio, a intriga, a mentira, a difamação, ou outra qualquer conduta eticamente reprovável.
  • Os membros mais experientes devem apoiar esclarecer e aconselhar os membros menos experientes, em situações relacionadas com as práticas BDSM.
  • Os membros da comunidade BDSM deverão pugnar pela suficiente abertura de espírito que lhes permita aceitar as críticas que lhes sejam dirigidas, com propriedade, pelos outros membros. A posição crítica de qualquer membro deverá ser elaborada e acolhida como construtiva, repudiando-se as críticas que não se baseiem em tal propósito.
  • Quando um membro tiver conhecimento de uma conduta considerada desapropriada à luz do presente Código, por parte de outro membro deve, de forma fundamentada, apresentar-lhe a sua crítica e tentar, com ele, estabelecer formas para corrigi-la. Se esta conduta se mantiver, deve informar a comunidade através dos meios de que dispuser, dando disso conhecimento ao outro.

 

VI – COMPORTAMENTO COM O EXTERIOR

  • Sabemos que um indivíduo que pratica BDSM, reflete no BDSM o carácter, cultura e educação cívica que realmente possui, por isso, deveram unir esforços no sentido de elevar, tanto quanto possível esses padrões, já que são os atos e as ações que caracterizam os indivíduos.
  • Para podermos transmitir uma imagem positiva para o exterior, esperando alguma respeitabilidade, deveremos agir com extrema hombridade, coerência e firmeza, quanto aos princípios que defendemos.
  • Deveremos ser criteriosos na colaboração com a imprensa, para evitarmos a deturpação de ideias e conceitos que em nada dignificam a comunidade.
  • Os praticantes de BDSM devem entender os presentes linhas de orientação, tanto no seio da comunidade como no relacionamento com o exterior, como forma de fomentar e manter a autoestima e a coesão da própria comunidade.

Creio que há muito o que colaborar com isso, mas gostei da iniciativa, tudo o que tive contato antes era muito rebuscado, feudal e às vezes sequer fazia sentido… mas esse me soou como algo simples e mais sintético, que de certa forma passa bem a mensagem.

É importante enfatizar que isso aqui não é um conjunto de regras universais, nem é a tão falada liturgia. Esse é um assunto na verdade tão simples, mas tão simples que chega a ser complexo abordá-lo. Mas assim que eu tiver tempo e puder escrever algo realmente relevante sobre liturgia, mesmo que seja de fragmentos externos, vou disponibilizar aqui para todos.

Devaneios BDSM: o dominador precisa ser uma pessoa evoluída?

devaneio BDSM

 

Gravei um áudio dirigindo na chuva em São Paulo, num devaneio sobre a questão do dominador ser uma pessoa evoluída. Para quem não tiver recursos para ouvir clicando abaixo, é possível ler em forma de post mesmo. Vou experimentar gravar alguns devaneios meus a respeito de BDSM, que em momentos de ociosidade vêm com muito frequência me visitar =)

Para ouvir, clique no botão PLAY abaixo e aguarde carregar, são 2:47”

O dominador precisa ser uma pessoa evoluída?

Não espera-se que um dominador seja uma pessoa evoluída. Espera-se que qualquer pessoa seja… Um dominador deve ser só: dominador. A submissa também precisa ser uma pessoa evoluída, todos precisamos.

Obviamente se o dominador for uma pessoa evoluída, e a submissa também for, as coisas são mais acertadas, mais ricas, e a relação é mais evoluída.

O entendimento que se faz das coisas, depende do nível de interpretação que cada um tema capacidade de assimilar. Quando se pensa em um dominador que seja bruto, machista e outros (na minha opinião) defeitos mais… talvez o estejam confundindo com algum outro tipo de pessoa que não definitivamente um dominador. Não! -Definitivamente um dominador não tem essas características, ele pode até ter, e ser dominador, mas nem todo dominador tem essas características, acho que essa é a melhor frase…

E uma coisa muito importante que é bom sempre frisar é que nem todo dominador é sádico, nem todo sádico é dominador, nem toda submissa é masoquista e nem toda masoquista é submissa. Isso acontece com tanta frequência que é fácil você conversar com uma submissa e ela dizer que não gosta de dor. É fácil você conversar com um dominador e ele dizer que prefere dominação psicológica, não gosta das práticas que incluem spanking ou dores. É preciso entender esses papéis, e a unica forma de entender esses papéis é recorrendo à literatura apropriada, não aos romances, que apesar de ser muito bem escritos, terem vocabulários ricos, são pobres de conceito.

Amor de dominadores

Leio muito, e muito menos do que eu gostaria… é um de meus passatempos preferidos. Hoje fotografei uma página do livro que estou lendo atualmente, trata-se de um presente valioso, que comprei pra mim, mas que dos livros que li, deve ser o mais especial. Por diversas razões, ele aborda um tema que eu gosto de ler, trata-se de fantasia, não de fetiches, mas de fadas, reis e essas coisas todas ao estilo Senhor dos Anéis. Mas com um brilhantismo, leveza e propriedade ímpares. Além de um vocábulo delicioso e que me fez aprender muitas palavras novas =)

Este trecho que fotografei fala sobre o amor, trata do amor de um músico pelo seu instrumento, mas de uma forma genérica, levanta uma questão que compartilho da opinião do personagem e achei relevante dividir com vocês.

amor

E eu adoro quem escreve sabendo usar o itálico, não como forma decorativa, mas com a finalidade que o justifica.

Agora, o que tem isso a ver com o BDSM?

Eu, como alguns dominadores; busco experiências plenas e que me tocam, não vejo o BDSM como uma sigla de imposto confusa e dark, mas como algo que me dá possibilidades infinitas de combinações e personalizações que se pode fazer ou colocar numa relação com outra pessoa. E isso me faz buscar detalhes nas profundezas do âmago de pessoas que têm seus olhos como portas para a alma, onde pode-se ver luz, desejos e claro: amor!

O amor pelas coisas e seres tem muitas variações e se manifesta de formas fantásticas. Ele é raro e com o cultivo, dá frutos bons e definitivos. E, ver as coisas com amor, permite-nos que vivamos experiências mais doces, mais profundas e que nos marcam de forma positiva e definitiva também.

O amor de um dominador por uma submissa, é algo importantíssimo na relação. Da mesma forma que se ela verdadeiramente o amor, conseguirá se dedicar a ponto de criarem uma identidade única e forte. Daí vertem as experiências mais ricas que eles podem comungar. Construindo pilares fundamentais para se escrever história na vida deles, sem a ideia ilusória de que um Senhor precisa subjugar sua submissa e maltratá-la até quebrar-se. Pois não acredito no conceito de que o BDSM seja um conjunto de práticas subversivas, estranhas, que punem e revelam o pior das pessoas. Pois é assim que o meio é visto pelos baunilhas e até por muitos dos praticantes, que; pobres de alma fazem com que isso se alastre e seja ao menos por uma fração dessa massa, a verdade crua sobre o tema.

Pois sim, dominadores amam, querem ser amados e valorizam o amor. E como eu sempre digo, o sentimento é um dos pilares para a relação plena. Sem envolvimento, entrega, confiança, sentimento e dedicação, não há nada mais do que apenas sessões avulsas.

E tenho a impressão nos últimos anos, de que as pessoas que buscam relações no BDSM, estão tão desesperadas que passam por relações voláteis e ultra-rápidas, chegando a achar que encontraram a pessoa certa e definitiva para elas em 2 horas de conversa no Skype, depois marcando uma sessão com seu “dono” logo em seguida, sem sequer procurar saber se ele aprecia as práticas que ela também aprecia. Sem procurar conhecer a pessoa, mas apenas seguindo o script: “quais práticas vocês aprecia, qual a sua idade, de onde tecla, como você é e qual seu estado civil?” o que faz com que tudo pareça sempre muito artificial, pobre e sem sentido. Para essas pessoas, o BDSM deve mesmo ser apenas um conjunto de práticas para extravasar com nossos desejos e fetiches secretos e perversos. Mas não! não pra mim.

O livro, para quem se interessar, é o segundo livro de uma trilogia, chamado O temor do sábio, de Patrick Rothfuss, o primeiro chama-se O nome do vento e é daqueles livros que eu vou presentear muita gente, porque quero dividir o que encontro de bom, porque quero compartilhar uma das formas de amor que tenho, e chega por hoje… o domingo está ensolarado demais para eu só ficar aqui escrevendo… uma caminhada no parque me espera!

O nome do vento

Vamos amar mais?