E a diferença de escrava e submissa no BDSM?

Na comunidade BDSM, as palavras “escrava” e “submissa” geralmente são usadas para descrever pessoas que têm interesses e desejos na dinâmica de poder e submissão. No entanto, há algumas diferenças sutis entre os dois termos.

A palavra “submissa” geralmente se refere a alguém que deseja se submeter a outra pessoa dentro de uma dinâmica BDSM. Isso pode incluir ações como obedecer a ordens, permitir que a outra pessoa tenha controle sobre eles, e ser punido ou recompensado por seu comportamento.

Por outro lado, a palavra “escrava” geralmente se refere a alguém que deseja se submeter totalmente a outra pessoa em uma dinâmica BDSM de longo prazo. Isso pode incluir uma entrega completa de poder e uma submissão profunda e duradoura.

É importante destacar que esses são apenas padrões gerais, e que cada pessoa pode definir esses termos de forma diferente. Além disso, é fundamental que todas as práticas BDSM sejam realizadas com consentimento e comunicação aberta entre todas as partes envolvidas.

Em resumo, a diferença entre escrava e submissa no BDSM pode ser entendida como uma questão de grau e duração da submissão. Enquanto a submissão pode ser vista como uma entrega temporária de poder, a escravidão pode ser entendida como uma entrega de poder a longo prazo e total. Mas, novamente, essas são apenas definições gerais e cada pessoa pode ter uma interpretação diferente desses termos.

Assuntos interessantes de você conhecer, são sobre as filosofias de troca d poder dentro do BDSM, que eu cito resumidamente aqui:

Definição de TPE (total power exchange) e suas alternativas.

Definição de TPE (total power exchange) e suas alternativas.

TPE” é uma sigla que significa “Total Power Exchange“. É uma filosofia dentro da comunidade BDSM que envolve a entrega completa de poder a outra pessoa na dinâmica de poder e submissão.

Em um relacionamento TPE, uma das partes assume o papel de “dominador” ou “dominante” e tem o controle total sobre a outra parte, que assume o papel de “escravo” ou “submisso”. Isso pode incluir decisões sobre questões diárias, tais como onde morar, como gastar dinheiro, quando dormir, entre outras.

É importante destacar que um relacionamento TPE deve ser baseado em confiança, respeito e comunicação aberta. Além disso, todas as práticas BDSM devem ser realizadas com o consentimento explícito de todas as partes envolvidas.

Em resumo, o TPE é uma filosofia que envolve a entrega total de poder a outra pessoa dentro de uma dinâmica BDSM. Isso é alcançado com base em confiança, respeito e comunicação aberta.

Existem várias alternativas ao TPE dentro da comunidade BDSM.

Algumas delas incluem:

1. D/s (Dominação e Submissão): É uma dinâmica em que uma pessoa assume o papel de “dominador” ou “dominante” e outra pessoa assume o papel de “submisso”. No entanto, em comparação com o TPE, a submissão é menos intensa e o submisso tem mais liberdade e autonomia.

2. BDSM baseado em regras: Neste tipo de dinâmica, há uma lista de regras que devem ser seguidas pelo submisso. O dominador tem o poder de punir o submisso caso ele não siga as regras. No entanto, essa dinâmica também é menos intensa do que o TPE.

3. Switching: É uma dinâmica em que as partes mudam de papel, alternando entre dominador e submisso. Isso significa que ambas as partes têm oportunidade de experimentar o poder e a submissão.

4. Power Play Casual: É uma dinâmica em que as partes se envolvam em práticas BDSM de forma ocasional ou em situações específicas, sem uma entrega completa de poder.

É importante destacar que cada pessoa pode preferir uma dinâmica diferente e que é fundamental que todas as práticas BDSM sejam realizadas com consentimento explícito e comunicação aberta entre todas as partes envolvidas.

Você pode encontrar as siglas

TPE (Total Power Exchange) que citei acima…
PPE (Partial Power Exchange) o nome deixa claro que é parcial né? Então tem limitações, refere-se à alternativa número 2 acima.
EPE (Erotic Power Exchange) creio que o nome deixe claro também, mas basicamente é a troca de poder somente na cama, no sexo ou em fetches, e está mais relacionado ao item 4 acima.

O que é CAC no BDSM?

CAC” significa “Consent, Awareness, and Communication” e é uma filosofia dentro da comunidade BDSM que destaca a importância do consentimento, da conscientização e da comunicação nas práticas BDSM.

A ideia por trás do CAC é que, para que as práticas BDSM sejam seguras e saudáveis, é importante que haja um alto nível de consentimento, conscientização e comunicação entre todas as pessoas envolvidas. Isso significa que é fundamental que todos estejam cientes das práticas que irão realizar, bem como dos riscos e limites envolvidos, e que haja uma comunicação aberta e sincera sobre esses aspectos.

Além disso, o CAC destaca a importância de respeitar os limites e desejos de todas as pessoas envolvidas, e de garantir que tudo seja feito de forma segura e saudável. Isso inclui a necessidade de planejamento e preparação adequados, bem como de um ambiente seguro e acolhedor para as atividades.

Em resumo, o CAC é uma filosofia que valoriza o consentimento, a conscientização e a comunicação como elementos-chave para uma prática segura e saudável de BDSM. Seguir esses princípios é uma forma de garantir que tudo corra de maneira equilibrada e respeitosa, sempre levando em conta os limites e desejos de todas as pessoas envolvidas.

Há aqui no site, outras filosofias de segurança no BDSM, como talvez o mais usado, chamado de SSC, que você pode saber mais neste link: O que é SSC no BDSM?

O que é PRICK no BDSM?

PRICK” significa “Personal Responsibility Informed Consensual Kink” e é uma filosofia dentro da comunidade BDSM que enfatiza a responsabilidade pessoal de cada participante em entender e aceitar os riscos envolvidos nas práticas BDSM.

A ideia por trás do PRICK é que cada pessoa é responsável por compreender e avaliar os riscos envolvidos nas atividades que escolhe realizar. Isso significa que é importante fazer uma pesquisa e se informar antes de participar de qualquer prática, para garantir que você compreenda os riscos e esteja confortável com eles.

Além disso, o PRICK destaca a importância do consentimento explícito e da capacidade de mudar de ideia a qualquer momento, mesmo durante as atividades. Isso significa que todas as decisões são tomadas por livre e espontânea vontade, sem pressão ou coerção.

Em resumo, o PRICK é uma filosofia que enfatiza a responsabilidade pessoal de cada participante em entender e aceitar os riscos envolvidos nas práticas BDSM. Seguir esses princípios é uma forma de garantir que tudo corra de maneira segura e saudável, sempre com o respeito aos limites e desejos de todos os envolvidos.

Há outras filosofias de segurança no BDSM, como talvez a principal e mais usada, cahama de SSC, que você pode saber mais neste link: O que é SSC no BDSM?

O que é RACK no BDSM?

RACK” significa “Risk Aware Consensual Kink” e é uma filosofia dentro da comunidade BDSM que enfatiza a importância do consentimento informado e da compreensão dos riscos envolvidos nas práticas BDSM.

A ideia por trás do RACK é que, embora as práticas BDSM possam ser intensas e desafiadoras, é possível fazê-las de maneira segura e saudável desde que haja conscientização e compreensão dos riscos envolvidos. Isso significa que as pessoas envolvidas devem ser honestas e abertas sobre suas próprias habilidades e limitações, bem como sobre os riscos potenciais de cada atividade.

Além disso, o RACK destaca a importância do consentimento explícito e da capacidade de mudar de ideia a qualquer momento, mesmo durante as atividades. Isso significa que todas as decisões são tomadas por livre e espontânea vontade, sem pressão ou coerção.

Em resumo, o RACK é uma filosofia que se preocupa com a segurança e a saúde das pessoas envolvidas nas práticas BDSM, e que enfatiza a importância do consentimento informado e da compreensão dos riscos. Seguir esses princípios é uma forma de garantir que tudo corra de maneira segura e saudável, sempre com o respeito aos limites e desejos de todos os envolvidos.

É uma alternativa ao SSC, que é talvez a filosofia de base mais conhecida e adotada, ao menos no Brasil, e inclusive as leis de cada país, podem influenciar na adoção dessas práticas… Para ler mais sobre SSC, acesse este link: O que é SSC?

Dominação Ideológica

Dominação Ideológica

A dominação ideológica é algo usado também no BDSM, e como eu gosto muito de filosofia, acabo sempre esbarrando em conteúdo que corrobora com o que penso, ou vivo no BDSM.

Importante deixar claro que não trata-se de uma prática BDSM, e que o exemplo mostrado aqui, só tem o intuito de fazer você pensar, não de ditar que exista algo assim, definido como prática do meio BDSM, ou que seja certo ou errado. Inclusive, quem me acompanha, já deve ter percebido que eu acho o certo x errado um conceito muito relativo. Mas sem mais delongas, aqui vai um conteúdo que eu gosto muito pelas definições claras e diretas que o Clóvis de Barros possui, e achei relevante compartilhar.  Note que é um conceito marxista, mas que se você parar para pensar, boa parte dele irá se aplicar a uma série de perfis de dominação.

Para quem não quiser ver desde a introdução  contexto (vale a pena), pule direto para 6 minutos e cinco segundos:

https://vimeo.com/220793578

Mas resumidamente, a dominação ideológica tem a ver com fazer o outro acreditar de tal forma num ideal, que ele passa por situações adversas, de forma satisfeita, sem se abalar… Porque ele acredita de fato que ele está ali porque DEVE estar lá… É como se a pessoa aceitasse algo porque culturalmente aquilo foi incutido na cabeça dele. E a pessoa não vê injustiça, defende ideal que não é dele, sem entender porque, de forma cega. E no BDSM, há dominadores mal-intencionados que conhecem de dominação psicológica e de dominação ideológica (que não é uma prática), e acabam fazendo pessoas virarem robôs!

Fragmentos dos meus devaneios: Sobre empréstimo

Sobre empréstimo no BDSM

O empréstimo de escravas não é muito comum no BDSM, apesar de afirmarem o contrário

Digo isso porque algumas pessoas afirmam que são liberais e que fazem o empréstimo das suas subs, ou bottoms, na minha opinião, com o intuito de não estabelecer vínculos mais fortes e gerar afeto na relação com o bottom.

Que fique claro que não estou falando de menage*, isso é outro assunto.

emprestimo-de-escrava

Empréstimo é algo que é feito com escravas especificamente, subs (requer envolvimento maior, algo afetivo), em geral não são emprestadas, elas podem ter contato com baunilhas (para os doms liberais, como eu), mas não terão contato/sessões com tops. Pois dom é único… Só ele domina. Eventualmente dominadores levam suas subs para experiências com bondagistas (fetichistas), ou sádicos (quando o dom não oferece a experiência que o sádico propõe, como uma técnica específica com agulhas por exemplo), mas pela lógica do empréstimo, em geral é só o sádico mesmo que faz isso…

Para ter humilhação, algo como o public disgrace, degradação, esse tipo de coisa, como elemento principal. Quando um dom faz empréstimo da sua sub (na minha opinião, pois isso não é generalizado), ele tem envolvimento superficial com ela. Aí ela seria uma “avulsa”, por conta das sessões esporádicas e sem qualquer compromisso das partes, nem da sub.

Vantagem do empréstimo: Se as partes envolvidas procuram experiências em quantidade, essa é uma boa forma de conseguí-las.

Desvantagem: relações superficiais e limitadas, sem entendimento real e seguro dos limites do bottom, o que significa risco a TODOS os envolvidos. Além de confundir a linha conceitual de dominação de cada top. Pois a sub seria conduzida de formas diferentes simultaneamente. Isso é quase garantido: Prejuízo psíquico do bottom (se houver uma relação D/s de verdade, e não for avulsa).

Eu sempre fico pensando sobre coisas e Às vezes escrevo algo, que vez ou outra consigo um tempinho para vir compartilhar. Seria interessante que houvesse comentários, com opiniões divergentes e à favor, porque acredito que só assim podemos abrir a cabeça para novas ideias e pontos de vista, que tal participar?

Uma submissa gostosa que busca relação séria?

Submissa gostosa, com foto… Procura relacionamento sério com DOM que seja sério (e não pense só em sexo) oi?!

 

Sempre refleti sobre isso… É uma vitrine de açougue

E depois reclamamos que o meio bdsm é sempre invadido por pessoas que procuram apenas sexo fácil, que não têm profundidade alguma e que não pensam em relacionamentos, mas em relações sexuais…

Pense comigo (se você é uma submissa que tem fotos de nudes suas ou mesmo de coisas que você fantasia e/ou goste, não se ofenda, não é uma provocação ou crítica, é uma orientação que parte da minha exclusiva opinião):

Vamos lá, vamos montar o cenário, você é uma submissa linda, gostosa, fotogênica, criativa, inteligente e interessante, que tem certa experiência no BDSM, tem disponibilidade para viajar e é a mulher perfeita para casar, com tantos atributos e disponibilidade, além da disposição… (e só um adendo, essa submissa existe, aos montes… Eu mesmo casei-me com uma assim.) Mas voltando ao assunto…

Aí o texto do seu anúncio está assim:

Submissa procura dominador sério, que tenha entre x e y de idade, more na cidade tal e busque submissa de alma, para relação profunda e séria. Com envolvimento e baseada no SSC ou RACK.

E a foto de chamada do seu anúncio é essa abaixo (tirei da internet, alguma foto famosa)

gostosa-de-costsas gostosa-turbinada

Agora vem a análise, pense:

Um dom sério, de respeito, que não busque apenas sexo, que é muito confundido com a temática bdsm, busca alguém que não se exponha, que seja como ele. E você não gostaria de ver fotos dele com o pau na mão, apesar de gostar de nudes, você iria preferir ver se o dominador tem mesmo a ver contigo, e isso o aproximaria de você, e só então uma outra parte da história (que também é muito relevante), vem à tona: Que é a aparência física e o conteúdo mais ligado ao sexo…

Então, quem acompanha meu blog já sabe que eu bato muito nesta tecla: não coloque fotos que não condizem com o seu discurso. Mesmo que você tenha um corpo maravilhoso, ele não pode ser o chamariz, senão vai aparecer muitos pretendentes, mas todos eles afim de te comer, e dificilmente nessa turma toda, você vai identificar ou mesmo ter saco de selecionar o dominador que vale a pena conversar. Pois todos só querem saber o tamanho da sua bunda e se os seus peitos são de silicone.

Não sei se me fiz entender, mas vejo esses anúncios como uma verdadeira vitrine de açougue, e se você busca sexo sem enrolação, ok, isso funciona demais… Mas se você busca alguém para ter uma relação que valha a pena, esse é só o terceiro passo no processo, as fotos são secundárias e não são elas que deveriam chamar a atenção da pessoa para que ela fizesse contato, mas um anúncio detalhado, direto e sem mensagens subliminares… Tudo precisaria estar muito claro e objetivo.

Então pense, o seu perfil público ou mesmo pros amigos, condiz com sua busca?

Se você quer algo mais do que só sexo, não ofereça o que vai induzir a pessoa a pensar só em sexo!

As pessoas fantasiam muito quando pensam em BDSM, e acham que é um mundo paralelo, e só porque é mais liberal, que cabe fazer essas exposições…

Dê sua opinião!

Submissas BRAT?

submissa-brat

Submissas BRATS

Brats são confundidas com submissas que em muitos casos (na minha opinião) abusam da posição delas e perdem noção de seu próprio tempo e espaço. E por essa razão, eu sou um dos muitos dominadores que querem distância de brats, não é uma unanimidade, claro; mas a maioria dos doms que conheci e conversei, não curtem o comportamento brat. E para encontrar algo que ilustre o perfil da brat, eu pedi autorização de reprodução de um artigo que vi no Facebook e foi gentilmente cedido pela autora Aurora Lopes. A questão principal da conquista é justamente onde alguns Tops discordam do conceito, mas vale a leitura e reflexão. Eu adicionei minhas observações (marcando desta forma), para manter o texto original.

BRATS

O que se pode dizer sobre isso… Prazer ou desafio? (Prazer, claro! – Dom Draconiano)

O que será que significa essa palavra, talvez seja algum jogo. (É bem o que eu acho, um jogo – Dom Draconiano)

Tema pouco comentado, talvez um pouco polêmico, talvez mais ainda, um pouco ignorado.

Como tudo no BDSM, há os que aprovam e os que desaprovam totalmente.

SUBMISSOS BRATS…

O tema instiga nossa curiosidade, afinal, quem são eles… OS BRATS

Falando assim parece até que são de outro mundo, mas são submissos normais, apenas apresentam algumas condições especiais.

Alguns Dominadores apreciam muito, já outros rejeitam totalmente.

Mas para os que apreciam, torna-se um excitante e prazeroso desafio…

É um assunto bem complexo, mas vou tentar ser o mais clara possível.

Os Brats são submissos , embora sejam difíceis de serem controlados, por isso não são aceitos por muitos Dominadores, são impulsivos, resistentes a maioria dos comandos, isso os torna desafiadores e rebeldes na visão de Doms e Dommes. Por isso quase sempre são afastados por eles. Essa rebeldia torna seu caráter questionável , e para a maioria dos Dominadores, o caráter é essencial. (Só uma questão de preferência mesmo. – Dom Draconiano)

Para um Dominador é muito frustrante saber que não consegue controlar um submisso, por isso preferem ignorá-los e se afastam. (Discordo bastante aqui, não tem a ver com frustração, mas com preferência de comportamento. – Dom Draconiano)

Mas para alguns Doms extremamente sádicos, isso se torna um desafio aceitável e muito interessante.

Há quem diga que os Brats não são submissos, apenas possuem alguns comportamentos que se identificam com a submissão, mas se seu comportamento for bem trabalhado por um Dominador de garra, autoridade, sabedoria e disciplina exemplares. e acima de tudo muita paciência, sua submissão pode vir a tona.

E claro também depende de um fator muito importante, talvez o mais importante de todos. A capacidade de entrega do submisso.

Na verdade acho que todos os submissos alguma vez se comportaram como Brats, quem nunca se rebelou ou teimou com seu Dono, resistiu a uma ordem, questionou alguma coisa?

Talvez um Brat goste de chamar atenção, como um adolescente que desobedece aos pais, questiona suas ordens, responde aos professores, enfim, tem um temperamento imaturo. Um temperamento forte e luta para ter suas vontades atendidas e não o contrário.

Precisa de um Dominador de pulso firme e seguro de si mesmo, mas ao mesmo tempo, precisa de um Dominador que seja compreensivo, calmo e que o entenda. Entenda seu comportamento sem acusações.
Mas é importante que fique claro que o Brat tem o desejo de servir, ele só não consegue obedecer a voz de comando de seu Senhor sem desafiá-lo ou questioná-lo antes. Não consegue enxergar com clareza o caminho da submissão. Para eles tudo deve ser questionado primeiro. (Creio que não tenha muito a ver essa coisa de o Dom ter que ser pulso forte e compreensivo, qualquer relação precisa disso, e a questão não é a Brat encontrar um Dom que seja compreensivo, mas o que dê match com o comportamento dela. – Dom Draconiano)

O Brat tem a necessidade de ser protegido, guiado, como crianças indefesas. E isso atrai alguns Dominadores, para falar a verdade, é um desafio e tanto…

Um Brat é curioso ao extremo, sempre quer saber o porquê de tudo, gosta de questionar, não vai se submeter sem entender ou argumentar.

Eles não conseguem simplesmente aceitar a ordem só por aceitar, e isso vai gerar discussões e descontentamentos. Justamente como um adolescente faria.

Primeiro vem as perguntas, depois os argumentos e por fim os obstáculos. Sempre haverá uma dificuldade ou um motivo para não obedecer.

O Dominador tem que ter muita sabedoria e jogo de cintura para dominá-lo, é uma verdadeira prova para sua Dominação. (Não acho que tenha a ver com “sabedoria” um Dom que não seja dissonante é o mais esperado aqui. – Dom Draconiano)

Se o Dominador souber como adestrá-lo, ele vai acabar por se dobrar, se submeter e isso será uma grande vitória para o Dominador.

A essência predominante dentro de uma sessão entre um Dominador e um Brat, é puramente a CONQUISTA. (Engraçado, com o tempo eu mudei de ideia sobre isso, não vejo a conquista como predominante, e nem acho que precise dela, creio que seja a concordância, o match mesmo, é um preço a pagar, que nem todos estão de acordo. – Dom Draconiano)

Um Dominador tem que ter em mente que a força não é o caminho, falar duro , bater o pé, nada disso resolve. O caminho é a paciência e a sabedoria. Isso o fará seguir o comando de seu Senhor…
Pode-se dizer também que o Brat, pode desobedecer simplesmente para receber um castigo , seja físico ou psicológico, gostam de chamar atenção e sentir que são o centro dela. Se sentirem amados , cuidados, e protegidos.

Existem Dominadores que gostam de possuir feras, bom eu diria que Brats, podem ser facilmente comparados a feras que aparentemente, podem ser indomáveis.

Há Dominadores que gostam de ser desafiados, e uma cena entre um Dominador Sádico e um Brat masoquista pode ser muito interessante e extremamente excitante. (Ser desafiado é ótimo, e no meu caso, ser desafiado de formas originais e sem qualquer traço de Brat, é melhor ainda, eu diria que relações maduras provém desafios ótimos, sem ter que destoar. – Dom Draconiano)

O gosto do desafio instiga o dominador e isso automaticamente liberta a rebeldia do Brat.

É um jogo de conquista, um tentando conquistar o outro, sempre assim. A resistência ao domínio e a entrega do Brat e o instinto de dominação do Dom. Isso é o que mantém os dois juntos.

Um Dominador que se sente atraído pela rebeldia , vai se sentir cada vez mais motivado pela resistência do submisso. A busca pelo poder do Dom e a luta pelo desafio do Brat. (Esse é o ponto! – Dom Draconiano)

Mas o desafio maior do Brat é feito a si mesmo. O desafio de confiar e se entregar a seu Senhor e conquistar uma relação sólida, baseada na confiança de ambos. (A confiança é algo que pra mim, é fundamental em qualquer tipo de relação, e realmente, Brats deixam isso insípido pra mim, e acaba sendo pouco atrativo, tornando o processo todo de aproximação, entediante. – Dom Draconiano)

Mas ao mesmo tempo que o Brat pode se tornar um desafio prazeroso, pode também se transformar em frustração, porque um Dom quer suas ordens cumpridas, sem explicações dadas, ou motivos para elas, não quer uma troca, ou um debate. Você me deixa feliz e eu te deixo feliz. (Quando você se relaciona com alguém que tem o comportamento que você busca, não há frustração, a pessoa representa quem ela é, se não há hipocrisia envolvida, o cenário descrito neste parágrafo não existe. – Dom Draconiano)

Isso pode se tornar cansativo.

Bom, mas como tudo no BDSM, isso depende da essência de cada um.
Uns gostam de desafios, outros não… (eu não vejo a Brat como um desafio, e gosto de desafios – Dom Draconiano)
Uns são pacientes, outros não…
Uns gostam da submissão total, outros de um pouco de resistência e emoção…
Um Brat não consegue se entregar de forma incondicional, sempre vai haver perguntas, mas isso pode ser trabalhado, e depende tanto do submisso quanto do Dominador. (Vejo isso como a característica mais marcante das Brats. – Dom Draconiano)

É um trabalho em conjunto, o Brat precisa aprender a confiar em seu Senhor, superar o medo de falhar, deixar de ficar sempre na defensiva. Isso pode privá-lo de prazeres e sensações.

Aprender a dar para poder receber, mais cientes de que são seus Senhores que ditam as regras e não o contrário.

Uma relação Dom/brat pode ser muito prazerosa desde que um aceite o jeito de ser do outro, sabendo que se pode superar obstáculos e quebrar barreiras. (Isso sim é a definição do equilíbrio! – Dom Draconiano)

Não é necessário se fazer uma lavagem cerebral, apenas amor e paciência para as mudanças começarem a acontecer. (Acho interessante citar aqui, que um dom que gosta de brats, não quer moldá-la, modificá-la ou fazê-la “evolui” para uma não-brat, ele GOSTA do jeito dela, e quer mantê-la assim, não faz sentido mudar algo que você gosta na pessoa. – Dom Draconiano)

Mas devem saber que o que mantém os dois juntos Dom/brat é justamente essa tensão diária.

A rebeldia, teimosia e até desobediência de um Brat não o torna menos submisso.

É tão submisso como qualquer outro, só demonstra isso de forma diferente, sua submissão ainda está escondida e precisa se libertar, e isso de certa forma o torna seguro contra abusos. (Discordo disso, porque não vejo como uma submissão escondida, que precisa ser conquistada, mas um jeito diferente de se comportar, só isso. – Dom Draconiano)

Há quem diga que o Brat gosta de comandar, mais isso não é verdade, senão ele seria um Dominador.

O que ele gosta mesmo é da emoção do desafio, de ser vencido, de ser conquistado como um troféu.

Autora: Aurora Lopes

original: https://www.facebook.com/pageconfissoesdeumasubmissa/posts/1600526100195055:0?__mref=message