Leio muito, e muito menos do que eu gostaria… é um de meus passatempos preferidos. Hoje fotografei uma página do livro que estou lendo atualmente, trata-se de um presente valioso, que comprei pra mim, mas que dos livros que li, deve ser o mais especial. Por diversas razões, ele aborda um tema que eu gosto de ler, trata-se de fantasia, não de fetiches, mas de fadas, reis e essas coisas todas ao estilo Senhor dos Anéis. Mas com um brilhantismo, leveza e propriedade ímpares. Além de um vocábulo delicioso e que me fez aprender muitas palavras novas =)
Este trecho que fotografei fala sobre o amor, trata do amor de um músico pelo seu instrumento, mas de uma forma genérica, levanta uma questão que compartilho da opinião do personagem e achei relevante dividir com vocês.
E eu adoro quem escreve sabendo usar o itálico, não como forma decorativa, mas com a finalidade que o justifica.
Agora, o que tem isso a ver com o BDSM?
Eu, como alguns dominadores; busco experiências plenas e que me tocam, não vejo o BDSM como uma sigla de imposto confusa e dark, mas como algo que me dá possibilidades infinitas de combinações e personalizações que se pode fazer ou colocar numa relação com outra pessoa. E isso me faz buscar detalhes nas profundezas do âmago de pessoas que têm seus olhos como portas para a alma, onde pode-se ver luz, desejos e claro: amor!
O amor pelas coisas e seres tem muitas variações e se manifesta de formas fantásticas. Ele é raro e com o cultivo, dá frutos bons e definitivos. E, ver as coisas com amor, permite-nos que vivamos experiências mais doces, mais profundas e que nos marcam de forma positiva e definitiva também.
O amor de um dominador por uma submissa, é algo importantíssimo na relação. Da mesma forma que se ela verdadeiramente o amor, conseguirá se dedicar a ponto de criarem uma identidade única e forte. Daí vertem as experiências mais ricas que eles podem comungar. Construindo pilares fundamentais para se escrever história na vida deles, sem a ideia ilusória de que um Senhor precisa subjugar sua submissa e maltratá-la até quebrar-se. Pois não acredito no conceito de que o BDSM seja um conjunto de práticas subversivas, estranhas, que punem e revelam o pior das pessoas. Pois é assim que o meio é visto pelos baunilhas e até por muitos dos praticantes, que; pobres de alma fazem com que isso se alastre e seja ao menos por uma fração dessa massa, a verdade crua sobre o tema.
Pois sim, dominadores amam, querem ser amados e valorizam o amor. E como eu sempre digo, o sentimento é um dos pilares para a relação plena. Sem envolvimento, entrega, confiança, sentimento e dedicação, não há nada mais do que apenas sessões avulsas.
E tenho a impressão nos últimos anos, de que as pessoas que buscam relações no BDSM, estão tão desesperadas que passam por relações voláteis e ultra-rápidas, chegando a achar que encontraram a pessoa certa e definitiva para elas em 2 horas de conversa no Skype, depois marcando uma sessão com seu “dono” logo em seguida, sem sequer procurar saber se ele aprecia as práticas que ela também aprecia. Sem procurar conhecer a pessoa, mas apenas seguindo o script: “quais práticas vocês aprecia, qual a sua idade, de onde tecla, como você é e qual seu estado civil?” o que faz com que tudo pareça sempre muito artificial, pobre e sem sentido. Para essas pessoas, o BDSM deve mesmo ser apenas um conjunto de práticas para extravasar com nossos desejos e fetiches secretos e perversos. Mas não! não pra mim.
O livro, para quem se interessar, é o segundo livro de uma trilogia, chamado O temor do sábio, de Patrick Rothfuss, o primeiro chama-se O nome do vento e é daqueles livros que eu vou presentear muita gente, porque quero dividir o que encontro de bom, porque quero compartilhar uma das formas de amor que tenho, e chega por hoje… o domingo está ensolarado demais para eu só ficar aqui escrevendo… uma caminhada no parque me espera!
Vamos amar mais?
Isso é raro, puro e perfeito…e…simples…assim…
Parabéns pelo Blog…uma visão sublime do BDSM…opinião de uma baunilha e vale pelo que vale…
adorei,como sempre suas colocações sao dignas de apreciação.